Instituto Pensar - Bolsonaro diz que jornalista ‘bundão’ tem mais chances de morrer por Covid-19

Bolsonaro diz que jornalista ‘bundão’ tem mais chances de morrer por Covid-19

por: Nathalia Bignon 

O presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa no Palácio da Alvorada (Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Menos de 24 horas depois de criar polêmica ao ameaçar um repórter que o questionou sobre os depósitos feitos por Fabricio Queiroz na conta da primeira-dama, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criar confusão nesta segunda-feira (24) ao afirmar que a chance de um jornalista ‘bundão’ sobreviver à Covid-19 é muito menor que a probabilidade do mandatário se recuperar da doença.

A fala ocorreu durante o evento "Brasil vencendo a Covid-19”, promovido esta manhã no Palácio do Planalto. Segundo dados atualizados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa, o país se aproxima da 115 mil mortes, com 114.913 óbitos registrados. O presidente não fez qualquer menção às vítimas ou a seus familiares e lembrou que foi já contaminado pelo vírus.

"Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num ‘bundão’ de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, disse.

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Bolsonaro citou ainda a atuação de ex-ministros da Saúde que acabaram exonerados durante a pandemia, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ele afirmou que, em março, chamou o novo coronavírus de "gripezinha” e disse que o seu "histórico de atleta” impediria uma infecção mais grave.

Hoje, meses após ter sido criticado pela fala, Bolsonaro falou que "sempre foi atleta das Forças Armadas”, mas que o fato de citar o seu histórico seria encarado com "deboche pela mídia”. "Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num ‘bundão’ de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, declarou.

Bolsonaro e mais um ataque à imprensa

Um dia após ameaçar encher um jornalista de "porrada”, Bolsonaro disse que os profissionais da imprensa só sabem "fazer maldade” e "usar a caneta com maldade em grande parte”. "Tem exceções como aqui o Alexandre Garcia. A chance de (um jornalista) sobreviver é bem menor do que a minha. E quem falou ‘gripezinha’ foi o Dráuzio Varella, deixar bem claro. E depois eu fui atrás”, afirmou.

Foram convidados para a cerimônia médicos que defendem o uso da hidroxicloroquina para o tratamento precoce da doença, medicamento sem eficácia comprovada. Outro defensor da droga, o ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-PR) ganhou lugar de destaque no evento.

Ao final do encontro, Bolsonaro e os médicos formaram aglomeração ao se reunir para tirar fotos. Todos eles usavam máscaras. Entre eles, estavam Nise Yamaguchi e Luciano Dias Azevedo. O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, não estava presente no evento, em razão de uma agenda já fechada no Ceará.

Com informações do Terra



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